segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Um tanto, um pouco, não de todo, quase.









Talvez eu não tenha princípios…
Nem princípios nem fins…
Talvez eu seja o meio e eu acho que sou…
O meio de mim, do meu ego, do mundo.
Meio das idéias que eu tenho e falo.
Das idéias que eu tenho e não tenho coragem de falar…
Das idéias que eu não tenho, mas queria ter.
Eu sou o meio enfim.
A metade cheia. A metade inteira.
Eu sei preencher os espaços daquilo que está vazio e meio morto.
Talvez a metade meio viva de uma vida quase morta ou quase nada…
Só o meio.
Mais que a contradição, eu sou o paradoxo, as coisas findam sem começo.
E esta é minha infinitude.
O que está entre e não percebemos…
O instante da eternidade…
Aquilo que aprendemos a ignorar por inteiro…
Eu, que não tenho prólogo nem epílogo,
No meio da noite, começo.
No começo do dia termino.
E no final da tarde, parto…
Parto em duas metades…
Dois meios de ser quase alegre ou quase triste.
Só me restam fragmentos de mim mesma.
Meus pedaços a serem postos incompletos…
Quebra cabeça.
Finalizando o que não teve início.
Fechando a porta meio aberta.


Juliana Vilava