quarta-feira, agosto 17, 2011


Eu tô me esforçando tanto pra não te chamar de amor, mas, ah!, meu amor, puro amor, infernal amor… Tantas vezes tentei levar uma brisa ao seu pescoço, tantas vezes tentei levar o cheiro de terra quando a primavera vai nascendo aos seus olhos. Mas você não mergulhou no meu silêncio, você não abraçou o meu ar com essência de jasmim, não se espremeu nesse coração. E eu disse: Amor, se espreme aí, senão não cabe, senão me estraçalha a vida. E você queria ser grande, grande. Você queria o absoluto, a parcela e o produto. Você queria a amplitude máxima. Então ocupava meus pequenos batimentos em totalidade. E eu fui ficando pra trás, na calçada, na porta, na soleira do meu próprio sentimento. Seria eu? Seria você? E, sem escolha, escolhi você.